ATA DA QÜINQUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
29-6-2005.
Aos vinte e nove dias do mês de junho de dois mil e
cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Margarete
Moraes, Maurício Dziedricki, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Sebastião
Melo. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal,
Ibsen Pinheiro, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste,
Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila,
Paulo Odone, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum,
o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição
em avulsos de cópias da Ata da Qüinquagésima Primeira Sessão Ordinária, que,
juntamente com as Atas da Quadragésima Oitava, Quadragésima Nona e Qüinquagésima
Sessões Ordinárias, da Vigésima Sessão Solene, da Primeira Sessão Extraordinária
e da Segunda Sessão Especial, foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo
Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Providências nos 1406, 1590, 1592
e 1596/05 (Processos nos 3832, 4112, 4114 e 4145/05,
respectivamente); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos
1512, 1513, 1514, 1515, 1516, 1517, 1518, 1519, 1520, 1521, 1522, 1523, 1524,
1525, 1526, 1527, 1528, 1529, 1530, 1531, 1532, 1533, 1534, 1535, 1536, 1537,
1538, 1539, 1540, 1541, 1542, 1543, 1544, 1545 e 1546/05 (Processos nos
3962, 3963, 3964, 3965, 3966, 3967, 3968, 3969, 3970, 3971, 3972, 3973, 3974,
3975, 3976, 3977, 3978, 3979, 3980, 3981, 3982, 3983, 3984, 3985, 3986, 3987,
3988, 3989, 3990, 3991, 3992, 3993, 4002, 4003 e 4004/05, respectivamente) e o
Pedido de Informações nº 155/05 (Processo nº 4275/05); pelo Vereador João
Carlos Nedel, o Pedido de Providências nº 1597/05 (Processo nº 4146/05); pelo
Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providências nos 1608, 1609,
1610, 1611 e 1612/05 (Processos nos 4167, 4168, 4169, 4170 e
4171/05, respectivamente); pela Vereadora Margarete Moraes, os Pedidos de
Providências nos 1599, 1600, 1601, 1602, 1603 e 1604/05 (Processos nos
4153, 4154, 4155, 4156, 4157 e 4158/05, respectivamente) e o Projeto de Lei do
Legislativo nº 179/05 (Processo nº 3562/05); pelo Vereador Maurício Dziedricki,
os Pedidos de Providências nos 1605, 1606 e 1607/05 (Processos nos
4159, 4160 e 4161/05, respectivamente); pelo Vereador Professor Garcia, a Indicação
nº 052/05 (Processo nº 4185/05); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de
Informações nº 149/05 (Processo nº 4018/05). Do EXPEDIENTE, constaram os
Ofícios nos 10306967, 10306968, 10306969, 10306970 e 10306971/05, do
Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, foi aprovado
Requerimento verbal de autoria do Vereador Haroldo de Souza, solicitando a
alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Após, o Senhor Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Paulo Palhares de Brito,
Presidente da Associação Gaúcha dos Lojistas de Shopping Centers – AGLOS –, que
discorreu acerca das dificuldades atualmente enfrentadas pelos proprietários de
estabelecimentos comerciais em “shopping centers” de Porto Alegre, cobrando a
mobilização da sociedade, no sentido de se estabelecer um equilíbrio econômico
e social entre lojistas e empreendedores. Nesse sentido, explicou as dificuldades financeiras
a que estão sujeitos os lojistas, frisando que o desemprego de comerciários
tende a aumentar se não for modificada a relação entre empreendedores e
lojistas. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores
Sebastião Melo, Ervino Besson, Adeli Sell, Professor Garcia, João Antonio Dib e
Maurício Dziedricki manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo discutiu
criticamente a questão dos aluguéis e encargos financeiros pagos pelos lojistas
instalados em “shopping centers” da Cidade, afirmando que deve haver um debate
profundo sobre o tema, bem como a revisão dessa situação, uma vez que, em caso
contrário, segundo Sua Excelência, haverá o fechamento gradativo do pequeno
comércio existente nos “shoppings” e o conseqüente agravamento do desemprego em
Porto Alegre. Na oportunidade, o Vereador Adeli Sell formulou Requerimento
verbal, solicitando o envio de cópias dos apanhados taquigráficos relativos à
Tribuna Popular de hoje às direções dos “shopping centers” localizados em Porto
Alegre e à Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio – SMIC. Às
quatorze horas e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e sete minutos, constatada a existência de quórum. Após,
a Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal, solicitando a
suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às quatorze horas e quarenta e oito
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quinze horas e um minuto, constatada a
existência de quórum. Em prosseguimento, a Vereadora Clênia Maranhão
formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia. A seguir, constatada a existência de quórum,
foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado o Requerimento verbal de autoria da
Vereadora Clênia Maranhão, acima referido, de alteração na ordem de apreciação
da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foram
aprovados o Projeto de Lei do Executivo no 008/05 e o Projeto de Lei
do Legislativo nº 185/04. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 050/05, por vinte e sete votos SIM, tendo
votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen
Pinheiro, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício
Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Sebastião
Melo e Valdir Caetano. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 047/05, por vinte e oito votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Carlos Nedel,
José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario
Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica
Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Sebastião Melo e Valdir
Caetano. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução
nos 066, 086 e 056/05. Em continuidade, foram aprovados os seguintes
Requerimentos: de nº 130/05 (Processo nº 2815/05 – Moção de Apoio à Rede Brasil
Sul de Comunicações – RBS, pela Campanha “Educar é Tudo”), de autoria da
Vereadora Clênia Maranhão; de nº 142/05 (Processo nº 2996/05 – Moção de Apoio à
luta das farmácias de manipulação para realizarem sua publicidade), de autoria
do Vereador Adeli Sell; de nº 146/05 (Processo nº 3108/05 – Sessão Solene destinada
a assinalar o transcurso do sexagésimo aniversário da Associação dos Cronistas
Esportivos Gaúchos – ACEG), de autoria do Vereador Ibsen Pinheiro; de nº 162/05
(Processo nº 3255/05 – Sessão Solene destinada a comemorar o septuagésimo
aniversário do Parque Farroupilha), de autoria do Vereador Adeli Sell; de nº
164/05 (Processo nº 3337/05 – Moção de Solidariedade aos militares gaúchos que
retornaram da missão de paz das Nações Unidas no Timor Leste), de autoria do Vereador
José Ismael Heinen; de nº 190/05 (Processo nº 4123/05 – Sessão Solene destinada
a homenagear a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Médicos de Porto
Alegre Ltda. – UNICRED), de autoria do Vereador Dr. Goulart. Em Discussão Geral e
Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/05, o qual
foi discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, Carlos Todeschini, Carlos
Comassetto, Adeli Sell e Bernardino Vendruscolo. Na
ocasião, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Bernardino
Vendruscolo, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando a retirada de tramitação
da Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/05
(Processo nº 1990/05). Também, foi apregoada a Emenda nº 03 a esse Projeto, proposta pelo Vereador
Bernardino Vendruscolo e assinada pelo Vereador Sebastião Melo, Líder da Bancada do PMDB.
Em votação, esteve o Requerimento de autoria do Vereador Bernardino
Vendruscolo, solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 011/05, o qual, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Paulo
Odone, Carlos Comassetto, Professor Garcia, Ervino Besson, Claudio Sebenelo e
Bernardino Vendruscolo, deixou de ser votado, em face da inexistência
de quórum deliberativo. Na oportunidade, a Vereadora Margarete Moraes manifestou-se em relação
ao pronunciamento do Vereador Claudio Sebenelo, de encaminhamento à votação do
Requerimento acima referido, de autoria do Vereador Bernardino Vendruscolo. Às
dezesseis horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum
deliberativo, em verificação solicitada pelo Vereador Haroldo de Souza, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à
hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e
secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza
está com a palavra para um Requerimento.
O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Sr. Presidente, com base
no art. 99 e depois de conversar com todas as Bancadas da Casa, nós estamos
solicitando que, tão logo seja realizada a Tribuna Popular, haja a inversão dos
nossos trabalhos, para entrarmos de imediato na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, solicitando que, tão logo
seja concluído o período da Tribuna Popular, ingressemos na Ordem do Dia.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Portanto
ingressaremos, após a Tribuna Popular, no período da Ordem do Dia;
posteriormente, na Pauta Preliminar e demais manifestações de Liderança.
O Sr.
Paulo Eduardo Palhares de Brito, Presidente da Associação Gaúcha dos Lojistas
de Shopping Centers - Aglos -, está com a palavra para tratar de assunto
relativo ao equilíbrio econômico e social entre lojistas e empreendedores e
também sobre as dificuldades das empresas e do desemprego, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
O SR. PAULO EDUARDO PALHARES DE BRITO: Boa tarde, Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, colegas lojistas,
empreendedores aqui presentes. Meu nome é Paulo Eduardo Palhares de Brito, sou
o atual Presidente da Associação Gaúcha dos Lojistas de Shopping Centers.
Inicialmente agradecemos a oportunidade de trazer à Casa esse tema que aflige os
comerciantes estabelecidos em shopping centers nesta Capital, como
também os comerciantes do restante do Estado e do País. É importante ressaltar
que a Aglos - Associação Gaúcha dos Lojistas de Shopping Centers -, criada em
setembro de 2003, é fruto da insatisfação da grande maioria dos lojistas,
sobretudo dos pequenos e médios que possuem os seus negócios nos
empreendimentos denominados shopping centers.
Os shopping centers surgiram nos Estados Unidos na
década de 50, após a 2ª Guerra Mundial, em razão do aumento do poder aquisitivo
dos americanos, da migração e do incremento populacional nas grandes cidades.
No Brasil, o avanço mercadológico, já em meados da década de 60, propiciou a
instalação, em São Paulo, daquele que seria o primeiro conceito de shopping
center. Em nosso Estado, há 23 anos, foi construído o Shopping Iguatemi.
Mas isso é história. De lá para cá, o que se vê são grandes empreendimentos
comerciais que atraem, sim, os consumidores em razão da sensação de segurança,
lazer, serviço e gastronomia.
Não estamos aqui para condenar a instituição shopping
center, que, como se vê nos dias atuais, é até mesmo necessário, seja do
ponto de vista mercadológico ou mesmo da praticidade e conforto dos
consumidores. Todavia, uma análise superficial e desatenta ao que se vê nos shopping
centers pode levar a crer que os lojistas que lá se encontram são
privilegiados e gozam de grandes faturamentos e comodidades que os lojistas de
rua não têm. Entretanto, o que de fato ocorre é que os shopping centers
são compostos, na sua grande maioria, de pequenos e médios comerciantes e, por
vezes, de empresas familiares, microempresas, empresas de pequeno porte que
geram uma grande quantidade de empregos e recolhem corretamente seus tributos.
São mais de dois mil lojistas que empregam por volta de doze mil empregados em
todo o Estado. Dessa forma, dá expressiva contribuição social, pois,
exemplificadamente, um único shopping center pode abarcar mais de
quatrocentas diferentes empresas com uma considerável quantidade de empregos.
Ante a expectativa de grandes vendas que lhes passam exímios
vendedores contratados pelos empreendedores, é que esses pequenos e médios
empresários ingressam nos empreendimentos, normalmente sem qualquer tipo de
assessoria técnica, desembolsando valores bastante expressivos para conquistar
o ponto comercial e estruturá-lo. Para se ter uma idéia, a fim de construir uma
loja de 40 metros quadrados, gastam-se, em média, 120 mil reais; e, para se
comprar esse ponto, gastaríamos, em média, cem mil reais a mais. Então, uma
pessoa para entrar em um shopping, construindo a loja, gasta, em média,
200 mil reais. Aí é quando o sonho começa a virar pesadelo. E mais: pesadelo
não só do empresário como também dos empregados e fornecedores que dele
dependem. Exemplificando, em um dos mais conhecidos shoppings de Porto
Alegre, em toda a sua história, houve uma redução de 70% da contratação de
mão-de-obra até o presente momento. Então, o que significava 3.500 funcionários
hoje significa apenas 1.000.
Nesse diapasão, vale destacar que é ferida de morte a boa-fé
objetiva do pequeno e médio lojista porquanto se depara com exigências de cunho
obrigacional somente perceptíveis após a vigência do contrato. Nesse contexto,
pode-se citar a cobrança substancial a título de condomínio, que é obscuramente
calculada pelos empreendedores, sem o devido detalhamento das contas que
normalmente não são divulgadas. Do mesmo modo é comum a cobrança de um fundo
promocional equivalente a 20% do valor do aluguel mínimo, a que todo o lojista
está obrigado, e que, em tese, deve reverter para fins de publicidade, entre
outros, mas que também não é dado conhecer à gerência sobre os vultosos
recursos obtidos para tais fins. Ao contrário do que ocorre nos contratos de
locação tradicionais, ao lojista é imposto o pagamento de até catorze aluguéis
em um único ano. Adverte-se acerca da inconstitucional e coercitiva
obrigatoriedade de aderirem a uma atípica e estranha associação de lojistas,
sob pena de rescisão contratual de locação, que, em realidade, de lojista não
tem nada, pois normalmente é presidida conforme os exclusivos interesses dos
empreendedores, deixando de ser considerado o real interesse dos lojistas.
Ressalta-se ainda o faturamento exclusivo pelos empreendedores com valor
cobrado nos estacionamentos, que jamais reverte em favor do condomínio no
sentido de beneficiar os locatários que pagam sobre a área condominial total.
Como se vê, a acumulação desses fatores rompe com as justas
expectativas dos lojistas no momento da contratação das locações e, sobretudo,
caracteriza um verdadeiro abuso do poder econômico por parte dos
empreendedores. Assim, ao contrário do que alguns desinformados possam crer,
não estamos diante de uma discussão na órbita do direito privado, mas, sim, na
órbita de interesses individuais homogêneos, quem sabe difusos, de grande
repercussão econômica e social. Não é crível imaginar que a quebra de centenas
de empresas, quem sabe milhares de pequenas e médias empresas, possa configurar
meras lesões aos direitos particulares, quando na verdade o que ocorre é um
desemprego substancial, a perda da arrecadação tributária e o rompimento da
cadeia de fornecimento e, por óbvio, o prejuízo do próprio lojista e do seu
fiador, que, muitas vezes, responde com a perda de seu patrimônio familiar, que
é dado em garantia nos contratos. É imprescindível uma nova e específica
legislação no âmbito das locações em shopping centers que venha tornar
mais equânime a relação entre empreendedor e lojista, porquanto a atual lei de
locações não somente é insatisfatória nesse aspecto como permite abusividade
das cláusulas contratuais por parte dos empreendedores.
Sabemos que não é no âmbito desta Casa que tal legislação
poderá vir a ser editada, posto que é tarefa do legislador federal, mas,
todavia, diante das repercussões sociais e econômicas em nosso meio, é louvável
que, por meio desta Casa do Povo, haja a repercussão na sociedade das nefastas
conseqüências desse desequilíbrio.
Vale por fim registrar que o objetivo dessa iniciativa não é
o confronto entre lojistas e empreendedores, muito pelo contrário, busca-se,
acima de tudo, o consenso entre as partes para estabelecer o equilíbrio que se
faz necessário. A responsabilidade social de ambas as partes é por demais
significativa, não admitindo que haja o prevalecimento dos interesses de apenas
uma das partes. A realidade atual é deveras delicada em termos de investimentos
produtivos e geração de empregos. Dessa forma, mister se faz a presença de
diálogo franco e aberto, justamente para que se evite a descrença dos
investidores e empreendedores bem como o aprofundamento do desemprego.
Por fim, agradecemos de forma especial ao nobre Ver.
Sebastião Melo a feliz oportunidade de a Aglos - Associação Gaúcha dos Lojistas
de Shopping Centers - poder expor nesta Casa um assunto de magna relevância a
toda coletividade, que se reveste de um cunho especial, quer no aspecto
econômico, financeiro, mas, sobretudo, no aspecto humano. Agradecemos aos Srs.
Vereadores a atenção que nos foi dispensada, colocamo-nos à disposição para
quaisquer outros esclarecimentos que se fizerem necessários e que venham
elucidar o assunto em pauta. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós convidamos o
Presidente Paulo Eduardo Palhares de Brito a compor a Mesa.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, acrescida de dois minutos, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; prezado Presidente Paulo Eduardo Palhares de Brito, de forma
especial quero saudar o Presidente do Sindicato dos Comerciários, companheiro
de luta, o Neco; meus colegas Vereadoras e Vereadores; inicialmente eu quero
dizer que, mesmo estando em Comunicação de Líder, esta fala é uma posição
pessoal deste Vereador, não é uma fala da Bancada do PMDB. Eu venho a esta
tribuna porque acho que o tema é altamente relevante, Ver. Adeli. Gostaria que
há trinta dias esse debate tivesse acontecido aqui nesta Casa, na Comissão de
Economia e Finanças. Não foi possível. Como esta Casa é uma Casa de
convencimento, eu tenho certeza de que nós vamos chegar ao convencimento para o
seu debate, porque tenho uma visão diferente daqueles que acham que essa é uma
relação meramente privada. Ela é uma relação privada, mas tem profundas
conseqüências sociais e econômicas.
Esta Cidade vive o drama enorme que todo o Brasil vive,
chamado desemprego. E nós sabemos - os dados estão aí disponíveis - que as
pequenas empresas são as grandes molas propulsoras do emprego neste País.
Portanto, quando essas empresas são fechadas, isso significa mais pessoas
desempregadas e mais famílias vivendo na miserabilidade. Então, esta Casa não
pode olhar para isso e dizer que esse assunto não é com ela. Eu acho que aqui é
o local de debate dessa matéria. Eu até entendo uma parcela da imprensa que tem
feito duras críticas, porque propus o Requerimento para tratar essa matéria;
até entendo, porque a imprensa é patrocinada pelos grandes. Entendo, mas essa,
sim, é uma matéria para o exercício da Vereança.
E aqui quero trazer, Ver. Bernardino, alguns dados para
reflexão coletiva, Ver. Nereu. Primeiro, os aluguéis dos shoppings são
estratosféricos, e eu fico aqui a imaginar o empreendedor, que deveria ser o
primeiro a dizer o seguinte: “Eu não quero matar a galinha dos ovos de ouro,
porque dependo do comércio para sobreviver”. Estabelece-se um teto; se
ultrapassar aquele teto, o comerciante ainda tem de pagar sobre a
lucratividade; se vender menos, ele tem de pagar o teto máximo!
Segundo, eu não moro mais em edifício, mas morei muitos anos
em edifício, só não fui síndico, mas sempre participei das assembléias, porque
havia prestação de contas de tudo que se arrecadava. E nos shoppings se
arrecadam, mas não há prestação de contas àqueles que estão lá, os lojistas. Dizem
que o condomínio é “x”, que a propaganda é “x”, que o custo é isso, e não há
prestação de contas. Ver. Nereu, V. Exª tem um Projeto, nesta Casa, que está na
Ordem do Dia, que nós temos que votar. Pelo menos, se rateassem, lá, a despesa
do condomínio, excluindo a cobrança do estacionamento, Ver. João Carlos
Nedel...! Mas não descontam, não! Eles cobram estacionamento de quem vai lá
comprar gravata ou paletó e deveriam descontar nas despesas do lojista, mas
isso também não acontece!
Eu vou dar um exemplo: a questão da taxa de propaganda.
Todos são obrigados a entrar nela, e aquele que não vende paga por aquele que
vende. Mas, Ver. Oliboni, V. Exª vai lá, monta o seu negócio; se no meio do
caminho resolve sair, tem de pagar “x” aluguéis para sair, tem que deixar tudo
o que botou lá dentro. Está correto isso, Ver. Oliboni? Não é uma questão
social, é econômica. Se não fosse isso, o Sindicato dos Comerciários não
estaria aqui, porque há uma conseqüência direta para os comerciários.
Longe estamos daqueles que acham que nós levantamos esse
assunto para ser contra alguém, não; eu sou a favor de teses. Sempre tive
posição clara aqui nesta Casa. Sou Vereador há quatro anos e meio, sempre
trabalhei pelos pequenos negócios, sempre trabalhei junto com os comerciários.
Poderei um dia mudar de posição? Poderei, não há problema nenhum. Agora, sobre
essa questão, Sr. Presidente, não se trata de ser contra alguém. Esta é uma
visão estreita: dizer que alguém levanta um assunto porque é contra alguém.
Não, nós somos a favor daquilo que acreditamos, Ver. Nereu.
Por isso, quero dizer com toda a tranqüilidade: eu tive
cautela. Como sou militante da advocacia - neste momento afastado do exercício
da advocacia -, pedi à minha assessoria que fosse ao Fórum e lá pegasse a
relação de demandas judiciais. Quando fiz o Requerimento da Comissão de
Economia, já havia 534 Processos tramitando no Fórum Central de Porto Alegre a
respeito dessas relações, Ver. Todeschini.
Quero dizer aos senhores empresários, empreendedores que
administram os shoppings que esse debate não é contra os senhores, não.
É a favor, porque, se continuar desse jeito, daqui a alguns dias não haverá
mais ninguém em shopping. O comércio de rua foi sendo extirpado por
várias razões: o estacionamento é uma delas, a falta de segurança é outra
questão, houve também o alargamento das avenidas. E eu posso pegar, por
exemplo, o caso da Av. Wenceslau Escobar, que foi bom para a Cidade, foi
extraordinário terem alargado a Av. Wenceslau Escobar, mas, se não botarem um
parquímetro lá, dentro de mais um mês, dois meses, o resto do comércio, o pouco
que falta, vai-se liquidar, porque as pessoas não têm onde estacionar.
Então, é claro que o shopping trouxe tranqüilidade,
segurança, estacionamento, isso tudo é verdade; agora, é evidente que com isso,
Ver. Ervino Besson, eu não posso liquidar os pequenos, que são a grande maioria
dos que detêm o comércio nos shoppings. Há as lojas âncoras, o.k., são
as lojas que chamam as grandes promoções, agora as pequenas são a grande
maioria dos shoppings. Enquanto estou falando - e todo o mundo vai aos shoppings
-, estou vendo aqui a reflexão coletiva. Quantas firmas os senhores
viram há seis meses e não vêem mais hoje, Ver. Adeli? Quantas firmas os
senhores viram há um ano e não vêem mais hoje? Quantas os senhores viram há
dois meses, mas não vêem mais hoje? Desculpem-me, mas que eu sempre ouvi os
liberais do shopping defenderem o neoliberalismo e o Estado mínimo,
dizendo: “Nós somos a favor da livre-iniciativa e do livre-mercado!” Pois são
esses que não querem abrir a caixa-preta, são esses que defendem na televisão,
no rádio, nos espaços dos jornais: “Não, nós somos favoráveis à transparência,
à livre-iniciativa!” Mas, quando eles detêm seus negócios, aí não; aí é poder
de fogo para dizer: “Não, aqui não tem abertura; não, aqui é só fechamento.”
Foi por essas razões que usei o tempo de Liderança, para
socializar esse debate, o qual eu tenho a esperança e a expectativa de que seja
continuado aqui nesta Casa, de forma contraditória, sem preconceito. Meu
Presidente, a minha saudação. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; falo em nome da Bancada do PDT e como Presidente da Comissão de
Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Nobre representante do Sindicato, Sr.
Paulo, acho que V. Sa. trouxe aqui um assunto muito sério hoje. Eu farei um
apelo à minha Comissão, da qual sou Presidente. O seu pronunciamento feito
nesta Casa está na Taquigrafia. Tenho certeza de que, assim como este Vereador,
todos os colegas Vereadores e Vereadoras lerão a denúncia que V. Sa. trouxe a
esta Casa, pela qual temos responsabilidade. Vamos analisá-la, sim, com muita
profundidade. Então, apelo aos colegas Vereadores, principalmente aos
Vereadores da minha Comissão, que retirem na Taquigrafia e leiam com muita
atenção o pronunciamento que o senhor trouxe a esta Casa. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está
com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente,
falo em nome da minha Bancada, dos meus colegas Vereadores do Partido dos
Trabalhadores. Meu caro Brito, nós temos uma grande preocupação com o conjunto
da economia da Cidade. Hoje a proliferação, o aumento dos shopping centers
em Porto Alegre se deu não apenas por razões de modernidade; muitos
comerciantes de rua foram pressionados: por falta de segurança, pelos camelôs
na frente das suas lojas, por problemas com os flanelinhas e por problema de
estacionamento. Então, evidentemente, há um certo desespero para entrar no shopping
center, onde você encontra segurança, onde você não tem problema com
flanelinha, onde você não tem problema com camelô na frente da sua loja.
Acho que esse é um tema da Cidade, nós temos de discutir com
os operadores dos shopping centers a forma de salvaguardar os interesses
da coletividade. Por isso, penso que deveríamos criar uma Comissão Especial
nesta Casa ou, então, pautarmos isso numa das nossas Comissões. Penso que isso
poderia ser feito pela Comissão de Economia, Finanças e Orçamento desta Câmara,
que, evidentemente, tem a ver com o consumidor e tem a ver com outras
Comissões; por exemplo, o desemprego poderia ser discutido com a Comissão de
Direitos Humanos também. Enfim, esta Casa tem mecanismos de continuar esse
debate no segundo semestre, e é isso que eu proponho que seja feito. E já faço
um Requerimento de pronto, meu caro Presidente, para que o pronunciamento do
Presidente da Associação Gaúcha dos Lojistas de Shopping Centers, Sr. Paulo de
Brito, e o dos Srs. Vereadores sejam enviados às Direções dos shopping
centers e à Secretaria Municipal de Indústria e Comércio do Município de
Porto Alegre. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente Elói
Guimarães; prezado Sr. Paulo de Brito, Presidente da Associação Gaúcha dos
Lojistas de Shopping Centers - Aglos -, ouvimos atentamente a sua fala. Nós já
sabíamos da situação, porque o Ver. Sebastião Melo já havia nos informado, e o
senhor, com propriedade, nos trouxe que o sonho para muitos virou pesadelo.
Isso, na sua fala, me marcou muito. Eu já falei várias vezes, mas vou dizer de
novo: uma coisa que eu aprendi desde pequeno é que um negócio para ser bom tem
de ser bom para ambas as partes. E, neste momento, esse negócio está sendo bom
para uma parte. Mas vocês têm interesse em continuar nisso. Então, tem de se
buscar esse equilíbrio.
Portanto, em nome da nossa Bancada, do Partido Socialista
Brasileiro, queremos ser solidários. E, Presidente, sugerimos que as notas
taquigráficas sejam enviadas à Delegacia do Consumidor, ao Procon e ao
Ministério Público. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; meu caro Paulo Palhares de Brito, Presidente da Associação
Gaúcha dos Lojistas de Shopping Centers, na Casa, o assunto já é conhecido. O
Ver. Sebastião Melo havia proposto à Comissão de Finanças que examinasse a
possibilidade de fazer uma Audiência Pública, e o Processo está sendo
encaminhado. Hoje, o Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos também está propondo assumir a responsabilidade pelo fato. E eu acho
que, se houver uma Audiência Pública, ela deve ser feita pela Casa no seu todo,
não apenas por uma Comissão ou por uma parte.
O Ver. Professor Garcia solicitou que os pronunciamentos
feitos aqui no plenário fossem encaminhados a uma série de órgãos públicos.
Então, neste momento, solicito, Sr. Presidente, que sejam apensados ao Processo
que está em tramitação todos os pronunciamentos feitos na Tribuna Popular nesta
tarde, para que, depois, juntamente com outros Presidentes de Comissões, se
possa buscar uma solução equânime. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício
Dziedricki está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Minha saudação ao Exmo
Presidente, Vereador, companheiro Elói Guimarães; Parlamentares que dividem
este Plenário, esta Câmara; em especial, o companheiro Paulo Brito, Presidente
da Associação Gaúcha dos Lojistas de Shopping Centers. Quero registrar, em nome
da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, a provocação que foi aqui
atendida de imediato por todos os nossos colegas, todos os 36 Vereadores deste
Parlamento, fruto de discussão tão presente, tão importante, da inequívoca
responsabilidade que devemos ter para com os lojistas, para com a comunidade de
Porto Alegre. Por inúmeras vezes, nós vemos o quanto somos excluídos, muitas
vezes, por força do poder econômico, dos valores econômicos, sem termos, ao
menos, chance de nos posicionar.
E hoje, nesta tribuna, V. Sa. desempenhou um papel exemplar,
a ponto de nos motivar - por meio do meu Presidente, do Presidente de uma
Comissão aqui desta Casa, dos nossos Parlamentares - acerca da responsabilidade
da transversalização dessa discussão aqui dentro também, fez com que
provocássemos o Poder Executivo, por meio da SMIC; fez com que promovêssemos
essa discussão, e nós a promoveremos junto à Delegacia do Consumidor; ou seja,
foi atendido aqui o seu pronto manifesto. Eu tenho certeza de que, com o nosso
esforço, consorciado com todos os lojistas de shopping centers que
sofrem com esse problema, que são onerados extremamente, nós conseguiremos
resolutividade para essa grande crise que vocês ora enfrentam. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Antes de encerrarmos
esta parte da Sessão, destinada à Tribuna Popular, queremos saudar o Sr. Paulo
Eduardo Palhares de Brito, Presidente da Associação Gaúcha dos Lojistas de
Shopping Centers; assim como os empreendedores presentes, lojistas e, de resto,
comerciários que atuam nessas áreas importantes da nossa economia de Porto
Alegre e do Estado. Quero dizer que se trata de uma matéria extremamente
importante, e a Casa não só está aberta ao debate, como também se coloca como
interlocutora de todos esses interesses, que são interesses da Cidade. É bom
que se diga aqui, em síntese, Presidente, que essa idéia de shopping center
foi, por todos os fatores, comprada, sim, pela população, mas, evidentemente,
uma série de questões precisa ser alinhada, ou realinhada, no sentido de
atingirmos as finalidades para o desenvolvimento dessa atividade tão dinâmica,
tão importante, que é a atividade lojista da nossa Cidade.
Portanto, é um debate importante; a Casa está aberta, as
Comissões também se propõem a discutir o assunto. Nós vamos reunir todo esse
material produzido aqui, pelo Presidente, pelas Lideranças, e vamos
encaminhá-lo a tantos órgãos que se fizerem necessários, e a Casa se coloca à
disposição.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas. Obrigado.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h43min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h47min): Estão reabertos os
trabalhos.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito
a V. Exª a suspensão dos trabalhos por cinco minutos, para que possamos acertar
uma posição unificada da ordem de votação dos Projetos.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Conforme Requerimento
da Verª Clênia Maranhão, suspendemos os trabalhos por cinco minutos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h48min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 15h01min): Estão reabertos os
trabalhos.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para um
Requerimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito
inversão da ordem dos trabalhos. Em primeiro lugar, o PLE nº 008/05. Logo após,
em bloco, os seguintes nomes de rua: PLL nº 185/04, PLL nº 047/05, PLL nº
050/05. Em seguida, o PR nº 066/05, PR nº 086/05, PR nº 056/05. Posteriormente,
passaremos aos Requerimentos nºs 130/05, 142/05, 146/05, 162/05 e 164/05 e
190/05. Finalizando, o PLCL nº 011/05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum,
passamos à
Antes de votarmos o Requerimento da Verª Clênia Maranhão,
queremos excluir o bloco de votações, tendo em vista que o PLL nº 047/05, de
autoria do Ver. Claudio Sebenelo, e o PLL nº 050/05, de autoria do Ver. João
Carlos Nedel, para aprovação, necessitam de votação nominal. Então, os Projetos
referentes a esse bloco serão votados em separado, pela natureza do quórum
necessário à aprovação do referido Projeto.
Em votação o Requerimento, de autoria da Verª Clênia
Maranhão, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 3098/05 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 008/05, que autoriza a
permuta de próprio municipal localizado na Av. Oscar Pereira N. 2603 por área
particular sita na Av. Oscar Pereira N. 3173/3179, nesta Capital.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, VIII, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 22-06-05;
-
discutiu a matéria a Ver.ª Sofia Cavedon, em 23/06/05;
- adiada a discussão
por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº
008/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E
VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 4148/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 185/04, de
autoria do Ver. Luiz Braz, que denomina Rua Padre Pedro Leonardi um logradouro
não-cadastrado, localizado no
Bairro Restinga.
Pareceres:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 29-06-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº
185/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 1165/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 050/05, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que altera a redação do art. 1º da Lei n.º 1.566, de 31
de dezembro de 1955, que denomina Estrada João Salamoni, corrigindo-a
ortograficamente para Estrada João Salomoni.
Pareceres:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2º, IV, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 06-06-05;
-discutiram
a matéria os Vereadores J. C. Nedel, P. Garcia e A. Sell, em 21-06-2005;
-
adiada a discussão por uma Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº
050/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº
050/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 1119/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO
N. 047/05, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que altera a
denominação do logradouro público cadastrado, conhecido como Praça Dr. Quintino
Bocaiúva, localizado no Bairro Chácara das Pedras, para Praça Dr. Celso Pedro
Luft.
Pareceres:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, §
2º, IV, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 06-06-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº
047/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº
047/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 1140/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.
066/05, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que concede o
prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Músico e Compositor João 7 Cordas.
Pareceres:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica ao Projeto;
- da CECE.
Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 11-05-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº
066/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PR nº 066/05.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 2474/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.
086/05, de
autoria do Ver. Raul Carrion, que altera a redação do art. 2º da Resolução n.
1.413, de 9 de junho de 1999, que institui o Prêmio Quilombo dos Palmares,
destinando a Sessão Solene de encerramento da Semana da Consciência Negra para
sua outorga.
Parecer:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica ao Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 29-06-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº
086/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PR nº 086/05.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 0727/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N. 056/05, de autoria do Ver.
Adeli Sell, que concede o Prêmio Apito de Ouro ao Árbitro de Futebol Flávio
Fernando Abreu.
Pareceres:
- da CCJ.
Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza
jurídica ao Projeto;
- da CECE.
Relatora Ver.ª Neuza Canabarro:
pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 04-05-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº
056/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação o PR nº 056/05.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. N. 130/05 – (Proc. N.
2815/05 – Ver.ª Clênia Maranhão) –
requer moção de Apoio à empresa RBS TV pela Campanha “Educar é Tudo”. (incluído
em 09-05-05)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento nº 130/05, de autoria da Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 142/05 – (Proc. N.
2996/05 – Ver. Adeli Sell) – requer
Moção de Apoio à luta das farmácias de manipulação para realizarem sua
publicidade. (incluído em 18-05-05)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento nº 142/05, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 146/05 – (Proc. N. 3108/05 – Ver. Ibsen Pinheiro) –
requer Sessão Solene a ser realizada no dia 13 de setembro de 2005, às 17
horas, destinada a assinalar o transcurso do 60º aniversário da Associação dos
Cronistas Esportivos Gaúchos – ACEG. (incluído em 30-05-05)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento nº 146/05, de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 162/05 – (Proc. N. 3255/05 – Ver. Adeli Sell) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 16 de setembro de 2005, às 15 horas, destinada a assinalar o transcurso do 70º aniversário do Parque Farroupilha. (incluído em 06-06-05)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento nº 162/05, de autoria do Ver. Adeli Sell. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 164/05 – (Proc. N. 3337/05 – Ver. José Ismael Heinen) –
requer Moção de Solidariedade aos militares gaúchos que retornaram da missão de
paz das Nações Unidas no Timor Leste. (incluído em 02-06-05)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento nº 164/05, de autoria do Ver. José
Ismael Heinen. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 190/05 – (Proc. n. 4123/05 – Ver. Dr. Goulart) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 02 de agosto de 2005, às 19 horas, destinada a homenagear a UNICRED – Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Médicos de Porto Alegre Ltda. (incluído em 29-06-05)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento nº 190/05, de autoria do Ver. Dr. Goulart. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. N. 1990/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 011/05, de autoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo, que altera dispositivos da Lei Complementar N. 197, de
21 de março de 1989, e alterações posteriores - ITBI -, e estabelece o
parcelamento do imposto em até 12 frações mensais e consecutivas. Com
Emendas nos. 01 e 02.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I, da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 22-06-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLCL nº
011/05. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLCL
nº 011/05.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, colegas
Vereadores, colegas Vereadoras, este Projeto, de autoria do meu colega de
Bancada, Ver. Bernardino Vendruscolo, é inteligente e comprometido com as boas
causas.
O que diz hoje a legislação sobre o ITBI? Diz que, quando se
vai fazer uma transação, Ver. Maurício, em Porto Alegre, se vai ao cartório, o
cartório remete ao Erário Municipal, o erário Municipal faz a avaliação do
imóvel, e recolhem-se, de uma vez só, os 3% que estabelece a lei. Essa é a
regra do jogo vigente. O que o autor da matéria propõe, Sr. Presidente? Propõe
a faculdade de que esse valor possa ser parcelado em até 12 vezes, mas ele não
está dizendo aqui no seu Projeto, está deixando para que o Sr. Prefeito possa
regulamentar em que níveis esses parcelamentos poderão acontecer. E eu acho que
isso é inteligente também, Ver. Bernardino, porque nós sabemos que há várias
pessoas, nesta Cidade, que acabam não efetivando os seus contratos, os chamados
“contratos de gaveta”, portanto têm os seus contratos e não os transformam em
escrituração por absoluta falta de recursos para pagar o ITBI.
Ora, se o Prefeito, ao regulamentar a matéria, partir da
premissa de que quem compra um imóvel acima de 200 mil reais não merece
parcelamento, porque pressupõe que esse cidadão, se tem recurso para comprar um
imóvel de 200 mil reais, não precisa de parcelamento... Mas quero dizer que
nesta Cidade, Verª Margarete Moraes, há transações de imóveis nos valores de 15
mil, 20 mil, 30 mil reais e que, nesses casos, o Projeto está facultando, na
regulamentação, que possa haver um parcelamento, Ver. Todeschini. Então,
parece-me que é um Projeto inteligente. Ele teve também cuidado, Ver.
Comassetto, porque já houve um outro Projeto nessa linha que acabou, se não me
engano, sendo vetado. O Projeto dizia que, no pagamento da primeira prestação,
se daria a escritura, e aí, conseqüentemente, o que acontecia é que o sujeito
não pagava mais. Este Projeto está dizendo que só vai ser passada a escritura
quando o indivíduo pagar a última prestação, a última prestação! Então,
significa que o Município não terá prejuízo, pelo contrário. E o Prefeito
poderá ter a cautela de dizer que, para imóveis acima de 200 mil, 100 mil, 150
mil reais - será uma questão de chegar a um entendimento, fruto da sua pesquisa
-, não vai haver parcelamento.
Então, por essas razões, cumprimento V. Exª, Ver.
Bernardino, porque o seu Projeto é bom para a Cidade, e não estamos perdendo
Receita. Eu estou aqui com um Projeto de Refis Municipal, eu quero votar este
ano, estamos fazendo todas as mudanças necessárias e recebendo as contribuições.
Esse é um Projeto que está nesse direcionamento, ou seja, nós queremos
proporcionar àqueles que querem pagar os seus tributos, mas que estão com
dificuldades, a possibilidade de pagar.
Então, se
eu tenho um Projeto nessa direção e tenho um Projeto do meu colega que trabalha
nessa direção, eu venho aqui com muita alegria, com muito prazer, com muito
gosto dizer que esta Casa vai apreciar, mais do que apreciar, vai votar
positivamente essa proposta inteligente e competente que proporciona a milhares
de pessoas legalizarem os chamados “contratos de gaveta”, que estão aí; pessoas
que gostariam de legalizar, mas não o fazem, às vezes, não por falta de
vontade, não porque não querem, mas porque não têm os recursos necessários para
pagar os 3% de ITBI.
Parabéns,
Ver. Bernardino. Espero que desse debate possa brotar a boa luz, que seja
aprovado este Projeto. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu tenho em mãos
Requerimento, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, propondo a retirada de
tramitação da Emenda nº 02 ao PLCL nº 011/05. Apregoamos a Emenda nº 03 ao PLCL
nº 011/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, assinada pelo Ver.
Sebastião Melo, Líder da Bancada do PMDB, que inclui um artigo, renumerando-se
os demais (Lê.): “A vigência para requerer o parcelamento a que se refere o
artigo 21 será de 5 anos a contar da data de publicação desta Lei”.
O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o
PLCL nº 011/05.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente,
aqueles que nos assistem pelo Canal 16, eu venho falar acerca do mérito desta
proposta. Quero dizer que o Projeto tem o meu apoio e o dos meus Pares também,
porque ele objetiva facilitar a integralização dos impostos, particularmente do
ITBI, para com o Município, por parte daqueles que adquirem imóveis. É justa a
preocupação do Vereador. Muitas vezes as pessoas, com todos os esforços,
conseguem reunir as economias, Verª Maria Celeste, obtêm um financiamento -
elas juntam, talvez, os recursos da vida toda para adquirirem um imóvel -, no
entanto ficam com o caixa familiar raspado, com a poupança raspada. E, para
poder quitar os tributos que autorizam a transferência, essas pessoas não têm
outra alternativa senão ir para o mercado financeiro buscar financiamentos. Eu
conheço algumas pessoas que fizeram isso, são justamente aqueles assalariados,
aqueles que têm o dinheiro contado, que têm uma renda limitada, que têm, sim,
essa necessidade, e inúmeros são os casos em que isso acontece.
Isso é muito comum e presente, especialmente, nesse período
em que há uma abertura de créditos importantes por parte da Caixa Econômica
Federal, possibilitando às pessoas um financiamento para adquirirem o seu
imóvel, que é talvez a conquista mais importante da sua vida. Mas essas pessoas
têm uma dificuldade extraordinária de buscar aquele plus necessário para
as despesas de escrituração e de transferência, que não são pouco expressivas,
elas vão até 3% do valor venal do imóvel. E o Município, oferecendo essa
oportunidade do pagamento parcelado, possibilita, sim, uma facilitação,
possibilita mais ingresso de dinheiro por parte dos contribuintes, porque assim
eles têm as melhores condições, ou têm as condições criadas para o pagamento. A
falta de recursos é um dos motivos de muitas pessoas não fazerem a
transferência dos imóveis, outras acionam várias vezes os imóveis, sem trazer
para o tempo presente, para o proprietário de fato e real, elas não têm
recursos.
Então, eu acho que este é um Projeto que vem ao encontro da
Cidade, é um Projeto que visa a fortalecer as finanças públicas e facilitar a
arrecadação de impostos; é objetivo comum de todos melhorar as finanças
públicas e viabilizar o pagamento dos impostos. Eu apóio este Projeto. Ele é
meritório, sim; ele vem no sentido de facilitar, de proporcionar condições para
que as pessoas que adquiram o imóvel possam fazer o pagamento desse importante
tributo. Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, creio que este é um Projeto, além
de inovador, sério, é um Projeto que vem ao encontro da Cidade. Ele não propõe,
em nenhum momento, a isenção de impostos nem benefícios, ele propõe o
parcelamento, para que as pessoas tenham condições de fazer o pagamento desse
tributo que é importante para o Município. E é muito importante, também, para
quem quer legalizar, para quem quer titular o imóvel, condição básica, condição
pré-necessária para ter os impostos pagos. Cumprimento o Ver. Bernardino pela
iniciativa, e o Projeto tem o meu apoio. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto
está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/05.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras,
prezado público que nos assiste, quero aqui, neste momento, primeiro
cumprimentar o Ver. Bernardino Vendruscolo, porque estamos apreciando, hoje, o
seu primeiro Projeto de Lei, que já chega para a votação. E aí eu quero dizer,
com muita tranqüilidade, que o Ver. Bernardino utilizou o art. 81 do Regimento
para fazer a votação deste Projeto de Lei, igual ao que o Ver. Luiz Braz há
poucos dias usou para votar o seu Projeto de Lei, que nós defendemos aqui, cuja
prejudicialidade ainda está em discussão. Portanto, o Ver. Bernardino, como um
Vereador novo, está usando as prerrogativas que esta Casa oferece para poder
apresentar as suas propostas à Cidade e à sociedade.
Este Projeto é muito importante, e quero, aqui, expressar
algumas das qualidades que tem para a qualificação da cidade de Porto Alegre.
Não é porque somos da oposição e este é um Projeto da base da situação que
seremos contra. Não! Queremos dizer que este Projeto, entre as suas qualidades,
apresenta o seguinte: muitas pessoas que compram imóveis, principalmente
aquelas que têm baixo poder aquisitivo ou dificuldade de comprar imóveis - hoje
o imposto sobre a transferência é de 3% do valor total do imóvel e tem de ser
pago à vista -, não têm esse dinheiro. Elas compram o seu imóvel muitas vezes
de forma parcelada, fazem acordo com os proprietários e não conseguem
transferir para o seu nome porque não têm o dinheiro do imposto para pagar à
vista.
O que o Ver. Bernardino propõe é que o imposto possa ser
parcelado em até 12 vezes. Isso quer dizer que não será obrigatoriamente pago
em 12 vezes. E o Executivo, inclusive - como é prerrogativa do Executivo fazer
a regulamentação -, poderá definir que as parcelas poderão ser de duas a doze.
Portanto, o Projeto não nega a Receita do Município e vai fazer com que muitos
imóveis de Porto Alegre possam ser regularizados. Por que regularizados? Porque
os proprietários adquirem um imóvel, mas não conseguem transferir para o seu
nome; eles constroem as suas casas irregularmente e não conseguem
regularizá-las, porque não têm a matrícula em seu nome.
Esse mecanismo, esse instrumento vai ajudar em duas questões
básicas na cidade de Porto Alegre: a primeira diz respeito à regularização dos
prédios que estão irregulares, trazendo uma garantia de escritura para o nome
dos proprietários que compram o seu imóvel; então, facilita. A segunda questão,
prezado Plenário, é que, com este Projeto, aumentará a arrecadação do
Município, a arrecadação de tributos, porque vai fazer com que aqueles que não
conseguem pagar o seu imposto possam pagar de forma parcelada, e, com isso,
aumentará a arrecadação do Município, que está dizendo que tem dificuldades
para investir, inclusive na qualificação e no pagamento dos próprios
funcionários, sejam do Executivo, sejam do Legislativo.
Então, este documento, este Projeto de Lei é benéfico para a
Cidade. E digo aqui a todos os colegas da situação ou da oposição que este
Projeto vem qualificar a cidade de Porto Alegre, auxiliando aquelas pessoas que
hoje têm dificuldade de pagar o imposto de transferência sobre a propriedade no
ato da compra, no sentido de que possam parcelar, mas ele não nega, não faz uma
negação da arrecadação tributária. Portanto, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, este é um Projeto que qualifica a cidade de Porto Alegre, por isso
tem o nosso apoio, não só o meu como o da Bancada de oposição. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está
com a palavra para discutir o PLCL nº 011/05.
O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente,
minhas caras colegas Vereadoras e Vereadores, cidadãos e cidadãs de Porto
Alegre, caros servidores e servidoras da Câmara Municipal, neste momento em que
discutimos este Projeto a atenção deveria ser redobrada, porque estamos aqui
tomando uma decisão importantíssima. É um Projeto com o qual concordo
integralmente. Quando eu era da situação, eu era o Vereador que dizia que era
necessário resolvermos o problema do ITBI - dizia ao meu Governo, o PT -,
porque pessoas que tinham dificuldades de comprar um apartamento, uma casa,
quando faziam a sua escritura, não tinham condições de bancar o ITBI à vista.
Por isso nós temos dezenas, centenas de contratos na gaveta, muitas vezes
recibo de compra e venda sem escrituração, portanto sem arrecadação.
Mas os Vereadores podem ter a iniciativa de fazer este
Projeto de Lei? Ou é uma iniciativa do Governo? Está em votação! Eu vou votar
favoravelmente. Nós estamos, portanto, discutindo aqui novos procedimentos; os
Vereadores podem e devem legislar sobre questões tributárias.
Ver. Bernardino, V. Exª vai ter um forte argumento: há um
Projeto de Lei de minha autoria que modificou o ISS, que igualou e fez cobrar o
ISS de flats, apart-hotéis, motéis, congêneres, meios de hospedagem.
Disseram que iam entrar na Justiça; disse um Vereador aqui - e batia no peito -
que ia entrar na Justiça com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, que eu
não faria vingar o Projeto de Lei. Pois a Prefeitura está recebendo o ISS, há
vários anos, de equipamentos que não recebia um centavo sequer, ou recebia 15%
da verba de administração, e não os 5% sobre a nota cheia. Portanto, Ver.
Bernardino, V. Exª tem um precedente, uma lei de minha autoria, uma lei fiscal
que está em vigor e que está botando dinheiro para dentro dos cofres da
Prefeitura.
Eu tenho certeza de que, se divulgarmos para toda a cidade
de Porto Alegre que agora as pessoas podem pagar parceladamente o ITBI,
aumentará a arrecadação. Eu vou ficar atento para saber qual a decisão do
Governo Municipal, porque a iniciativa pode e deve valer para todos.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro colega, Ver. Adeli, eu não consegui
entender, gostaria que V. Exª colocasse de uma forma... Pelo menos outros
Vereadores se confundiram com suas colocações. Vossa Excelência tem uma lei
nessa linha?
O SR. ADELI SELL: Eu tenho uma lei que
está em vigor, que manda cobrar ISS, 5%, de qualquer meio de hospedagem,
porque, antes da minha lei, flats, apart-hotéis e hotéis residenciais
não pagavam 5% sobre a nota cheia, o que era uma concorrência completamente
desleal. Disse um Vereador na época, inclusive do seu Partido, que eu não podia
ter essa iniciativa porque eu era Vereador, disse que quem poderia ter
iniciativa sobre esses assuntos de tributos era o Executivo, o que em tese é
correto. Então, eu estou dando de lambuja, de graça, pela lembrança, ao Ver.
Bernardino um precedente: esta Casa já votou lei tributária, foi aprovada, não
houve uma ADIn, como foi dito, e a Prefeitura está ganhando dinheiro por causa
de uma lei de iniciativa desta Casa. Fui claro?
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Pelas colocações de V. Exª, o Projeto do Ver.
Bernardino é ilegal?
O SR. ADELI SELL: Eu estou dizendo que,
pela legislação que nós temos, Projetos que tratam de arrecadação são de
iniciativa do Executivo. Evidentemente, nós teríamos óbices legais, se formos
levar ao pé da letra. Mas, se o Executivo chancelar a lei, é evidente que ela
entra em vigor. Então, estou discutindo uma certa contradição, mas estou
dizendo que há precedentes. Esta Casa já votou lei tributária de iniciativa de
Vereador - no caso, de minha autoria -, e ela foi aprovada, sancionada, está em
vigor, e a Prefeitura está ganhando dinheiro, graças a Deus. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLCL nº 011/05.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vou fazer a
defesa do nosso Projeto. Peço encarecidamente a atenção do Ver. Paulo Odone,
não por distingui-lo dos demais, mas para efeito de esclarecimento.
Este Projeto basicamente é uma proposta que já foi aprovada
nesta Casa, um Projeto de autoria do Ver. Wilton Araújo que foi vetado pelo
Prefeito. Veto esse acatado pela Casa posteriormente. E o Prefeito, quando
vetou o Projeto, elencou o item que dava autorização à escritura pública a
partir do pagamento da primeira parcela. E aí, particularmente, nós concordamos
com o Executivo, porque o Executivo estaria com mais uma incumbência, nós
sabíamos que a inadimplência certamente ocorreria. Este Projeto, Ver. Paulo
Odone e demais Vereadores, objetiva muito mais resolver os milhares de “contratos
de gaveta”. Contratos particulares em que as pessoas terminam de pagar os seus
imóveis e não dispõem de recursos para regularização, através da escritura
pública, da averbação no Registro de Imóveis. Há a necessidade, hoje, de esse
pagamento ser à vista, e não são todas as pessoas que têm recurso disponível
para regularizar seus imóveis. Com isso a Prefeitura perde recursos, caros
Vereadores, no sentido de não receber, porque as pessoas não têm
disponibilidade financeira.
Nós temos, com este Projeto, dois objetivos: a regularização
da propriedade de milhares de pessoas que não têm segurança da propriedade
quando detêm, única e exclusivamente, um contrato particular, porque o que dá a
titularidade, o que dá a garantia da compra do imóvel é a escritura, a
propriedade se transfere através da escritura pública e com a complementação da
averbação no Registro de Imóveis.
Quero chamar a atenção para o outro objetivo: a Prefeitura
vai ter um aumento de recursos com este Projeto. As pessoas que dispõem de
recurso, as pessoas que compram imóveis com recursos não parcelam o ITBI;
enquanto não estiverem com a escritura na mão e a devida averbação lá no
Registro de Imóveis, elas não têm a garantia da propriedade. Então, quem tem
disponibilidade financeira não vai parcelar.
Este projeto tem no seu bojo a meta maior de atender àquelas
pessoas que estão com contrato de forma irregular, os chamados "contratos
de gaveta", cujos documentos são o recibo arras, o contrato de compra e
venda, a cessão de direitos e outros mais. Faço um apelo aos Vereadores para
que prestem atenção: a Prefeitura, a Fazenda não vai perder recursos.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Eu já tive a oportunidade de me pronunciar
sobre o assunto. Quero cumprimentar V. Exª porque, quando Projeto semelhante
tramitou - uma proposta de autoria do Ver. Wilton Araújo -, ele cometia uma
falha e fazia com que houvesse a transmissão sem que houvesse o pagamento
total, e V. Exª corrige essa falha no seu Projeto, que vai permitir realmente
que muita gente que hoje ainda não pôde fazer essa transmissão de imóveis possa
fazê-lo. Quero-me inscrever, Vereador-Presidente, e passar o tempo para o Ver.
Bernardino Vendruscolo, para que ele possa terminar o seu pronunciamento.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Vossa Excelência, Ver.
Paulo Odone, que, num primeiro momento, acredito, não tenha entendido a posição
deste Vereador: eu realmente pedi o art. 81, caro Vereador, porque o teor deste
Projeto já é conhecido pela Casa; eu vim a esta tribuna mais de uma vez fazer a
sua defesa. Projeto semelhante tramitou nesta Câmara, foi aprovado no ano
passado e vetado no início deste ano; basicamente, por isso nós o elencamos.
O Projeto pretende também, caro Vereador, dar ao Executivo a
oportunidade de, por Decreto, dizer quem será beneficiado pelo parcelamento em
até 12 vezes. Então, ele dá todas as garantias ao Executivo.
Além disso, quero fazer um apelo e acompanhar a defesa dos
colegas que aqui me antecederam: nós temos que colocar um limite nesse entendimento
de que a Casa não pode legislar sobre determinadas matérias. Porque daqui a
pouco não terá mais objetivo o nosso trabalho nesta Casa. Se vamos cercear o
Vereador ou esta Casa de apresentar Projetos ao Executivo, nós vamos terminar
com a função desta Casa. E faço um apelo aos Vereadores e ao Sr. Presidente: o
Ver. Paulo Odone me propôs no sentido de que este Projeto seja votado amanhã,
para que o próprio Ver. Paulo Odone e os demais representantes do Governo - e
aí me incluo - tenham melhores condições de avaliá-lo, então, peço
encarecidamente que o Projeto vá à votação na Sessão de amanhã. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino
Vendruscolo entrega a esta Presidência Requerimento que solicita adiamento da
discussão do PLCL nº 011/05 por uma Sessão.
Em votação o Requerimento de adiamento da discussão do PLCL
nº 011/05 por uma Sessão. (Pausa.) O Ver. Paulo Odone está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, eu estou encaminhando à Mesa
Requerimento para adiamento de discussão do Projeto por três Sessões. Por que
estou fazendo isso? Faço isso diante do apelo do Ver. Bernardino Vendruscolo,
que está pedindo o adiamento de discussão deste Projeto só até amanhã. Posso
não ser o mais assíduo Vereador daqui, mas posso dar certeza a V. Exas. de que
acompanho - e muito bem - o que acontece nesta Casa. Vossas Excelências, meus
Pares, são testemunhas do meu esforço para me envolver ao máximo aqui.
Sou Vice-Presidente da Comissão de Constituição e Justiça e
tenho sido designado pelo Presidente, Ver. Ibsen Pinheiro, às vezes, para fazer
a manifestação sobre os Projetos mais difíceis. E quero dizer a V. Exas. que
fui Relator do Processo, na Comissão de Constituição e Justiça, de apreciação
do Veto Total ao Projeto do Ver. Wilton Araújo. O Parecer foi da minha lavra,
adotado com maioria absoluta, se não foi por unanimidade - aliás, Veto Total,
manutenção do Veto Total. Esta Casa também manteve o Veto, que era do Prefeito
anterior, justificado pelo atual. O que nós estamos pedindo é até em função de
uma posição que o Ver. João Antonio Dib tem tido de não querer votar Projetos,
mesmo com Regime de Urgência, sem Parecer da Comissão de Constituição e
Justiça. Eu quero dizer que nós estamos inclusive corrigindo isso, há um
Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro para que se altere essa dinâmica: se o Parecer
não vier por escrito, que seja dado oralmente pelo Relator aqui, mas que haja o
Relatório do exame técnico de questões como esta, a fim de sabermos se
realmente não estaremos atentando à proteção do direito público legítimo da
Prefeitura, para evitar alguma possibilidade de sonegação ou de perda de
arrecadação.
E eu não posso, não quero nenhuma ofensa à Bancada do PT,
mas, se eu sou oposição, não estou com tantos cuidados; agora, se sou Vereador
da base do Governo, eu tenho, sim, de estar preocupado, nós devemos estar
absolutamente seguros no sentido de que a arrecadação esteja totalmente sob
controle! E eu não gostaria de votar em Plenário um Projeto que mexe nisso, sem
que ele passasse pela Comissão de Constituição e Justiça, para que ela pudesse
dar o seu Parecer técnico! Ver. Vendruscolo, o que eu estou pedindo é que, se
isso “não é uma sangria desatada”, se há essa boa intenção do Vereador, por que
V. Exª não permite que façamos um diálogo com os órgãos técnicos da Fazenda,
que votemos o Projeto somente no 2º semestre?! Eu não posso entender essa
pressa!
Eu faço esse pedido até para a Bancada do PT, uma vez que
eles foram Governo por muito tempo e sabem que o bom diálogo pode trazer
soluções e contribuir até para o aproveitamento da iniciativa! Eu só quero que,
quando se votem matérias dessa instância, ainda mais quando se mexe na
arrecadação, na origem dos recursos para os projetos e programas sociais, nós
tenhamos absoluto domínio da questão técnica e da questão prática! Não há
nenhuma posição política, odienta, aqui, se sou a favor ou contra; há um pedido
aos Vereadores da base do Governo e também aos Vereadores da oposição para que
a gente enriqueça o exame deste Projeto, votando-o em julho. Se eu me
convencer, pode até ser que vote favoravelmente a ele, ou, se pudermos,
mediante Emendas, colocar, quem sabe, absoluta segurança.
Então, se eu posso responder aos diversos chamamentos do
Ver. Vendruscolo, autor do Projeto... Vereador, peço que tenha esse sentimento,
esse bom-senso, no sentido de permitir que este Projeto seja votado lá na primeira
semana de agosto, para que não paire nenhuma dúvida em cada Vereador que está
votando aqui. E, aos Vereadores da base do Governo, eu peço que a gente assuma
essa nossa responsabilidade parlamentar. Se não houver nenhum respingo, se a
escritura só será passada depois, se não há nenhuma chance de transferir a
arrecadação, tudo bem, nós vamos “abraçar o Projeto!” Caso contrário, nós vamos
emendá-lo! E, se isso não for possível, nós vamos até mesmo rejeitá-lo! É o meu
pleito, o meu pedido ao Ver. Vendruscolo, autor do Projeto, e aos membros da
Casa, para que, se isso não for possível, se isso não for atendido pelo
Vereador, transfira-se, adie-se, por três Sessões, para votarmos este Projeto,
na primeira semana de agosto, plenamente esclarecidos. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que solicita adiamento da discussão do
PLCL nº 011/05 por uma Sessão.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; prezadas colegas Vereadoras, prezados colegas Vereadores, eu
quero encaminhar em nome do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, e dizer
ao Ver. Bernardino Vendruscolo que estou sentindo o que significa ser um
Vereador de primeiro mandato e ser um Vereador propositivo nesta Casa. Quero
expor algumas contradições firmadas nesta tribuna pelo meu colega Ver. Paulo
Odone, que aqui representa o Governo Municipal.
Primeiro, venho dizer isso porque defendemos aqui o Projeto
do Ver. Bernardino, porque a nossa Bancada discutiu este Projeto, debruçou-se,
fez o exercício sob o ponto de vista da arrecadação, verificou se ele pode ou
não prejudicar as finanças. E temos aqui segurança para dizer que este Projeto
não atrapalha as finanças do Município, pelo contrário, ele impulsiona a
arrecadação municipal e favorece o contingente de pessoas nesta Cidade que não
consegue regularizar o seu imóvel. Portanto, essa é uma questão fundamental, e
aqui, nesta tribuna e neste plenário, nada melhor do que um dia após o outro.
Quero falar sobre duas questões fundamentais, Verª Clênia. A
primeira: quando nós recorremos, aqui nesta Casa, na discussão, pedindo um
prazo para a Comissão de Justiça, o Ver. Ibsen Pinheiro nos deu 30 minutos para
poder fazer a análise de um Projeto que votamos aqui. O que está o Ver.
Bernardino sugerindo aqui? Que se adie por 24 horas! Portanto, aquelas Bancadas
que não conseguiram analisar este Projeto têm 24 horas para poder analisar
isso. Segunda questão, de princípio e de justiça: Ver. Paulo Odone, há poucos
dias V. Exª e sua Bancada defenderam a aplicação do art. 81 para o Projeto do
Ver. Luiz Braz, e a Bancada de sustentação do Governo aprovou! Não dá para ter
duas posturas nesta Casa! O que é para um é para todos! Não dá para ter duas
posturas nesta Casa; o art. 81, por melhor ou pior que seja, tem de valer para
todos os Vereadores. E a Bancada do PPS, a Bancada de sustentação e V. Exª
votaram favoráveis ao Projeto do Luiz Braz, que nós queríamos discutir mais,
nós defendíamos que ele não estava correto pela questão da prejudicialidade,
inclusive, contra um Projeto de autoria deste Vereador, que protocolou às
8h57min do dia 3 de janeiro, e isso não foi respeitado!
Portanto, Ver. Bernardino, assim como qualquer um dos
senhores ou das senhoras desta Casa, tenho o direito e a prerrogativa, sim, de
utilizar esse instrumento. Tanto que, hoje pela manhã, a nossa Bancada gastou
duas horas de discussão, toda a Bancada estava debruçada sobre o Projeto do
Ver. Bernardino, por quê? Já estava na pauta de votação, nos computadores e nos
terminais de todos os gabinetes desta Casa. Dizer que não sabia é uma desculpa
muito frágil para quem quer estar atento às discussões da Cidade. Nós temos de pautar
essas questões de princípio em todos os momentos que quisermos discutir com
serenidade. O Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo é, sim, de alcance, de
profundidade; talvez, se precisarmos de mais tempo, podemos acordar aqui e
acenar, o que já está sendo feito pelo próprio autor do Projeto, que está
oferecendo 24 horas para que todos se debrucem. Diferentemente dos 30 minutos
que foram dados à nossa Bancada para poder fazer uma discussão e uma análise
tão importante, que era, na época, a votação da criação da Secretaria da
Juventude. Todos aqui estão lembrados, e, se não lembrarem, Sr. Presidente,
isso está gravado e registrado nas notas taquigráficas desta Casa, podemos
recuperar sem nenhum prejuízo.
Portanto, fraternalmente, quero dizer que as regras desta
Casa têm de valer para todos. Ou mudamos as regras, ou não podemos vir aqui na
tribuna dizer que estamos usando artifícios, o que pode até, entre aspas, ser
passado para a população como mecanismos desonestos, e não os são; são
legítimos, são conquistados, são aprovados por todos, estão no nosso Regimento
e, até serem mudados por esta Casa, podem e devem ser utilizados.
Quanto ao conteúdo, pediram a prorrogação? Bom, se acham que
não vale por um dia ou que é insuficiente um dia, por que não vamos negociar
com o próprio autor para poder prorrogar por mais um ou dois dias? Agora, vamos
lembrar de uma coisa: amanhã é a última Sessão plenária deste semestre. E, para
um Vereador que inicia um mandato, estar com um Projeto seu para ser votado,
encerrando o semestre, um Vereador novo como eu, que não teve o privilégio de
poder votar um Projeto... Protocolei este importante Projeto no dia 3 de
janeiro e somente ontem ele entrou na pauta, em função das discussões
que foram necessárias nas diversas instâncias da Casa. Sair no primeiro
semestre, um Vereador de primeiro mandato, com um Projeto aprovado que atinge a
Cidade, que qualifica a Cidade, que ajuda a dignificar a Cidade, que ajuda a
regulamentar as áreas irregulares, que ajuda a construir, fazendo com que todos
os proprietários de imóveis irregulares perante a Secretaria de Obras e Viação
possam encaminhar a sua escritura, que é o documento básico para desencadear
isso... E eles vão pagar, além do ITBI parcelado, o que mais? As taxas da SMOV
pela regulamentação, o arquiteto e o engenheiro para fazerem a regulamentação,
eles vão poder pegar dinheiro da Caixa Econômica Federal para construção civil,
mas para isso necessitam da escritura. Portanto, o Projeto do Ver. Bernardino
qualifica a Cidade, ajuda a aquecer a economia - inclusive a economia da
construção civil - e aproveita os milhões de reais do Governo Federal que estão
à disposição para aplicar em habitação e na regulamentação. Por isso somos
favoráveis à prorrogação, ao Requerimento do Ver. Bernardino Vendruscolo. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo, que solicita adiamento da discussão do PLCL nº 011/05
por uma Sessão.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, pessoas que nos assistem aqui no plenário,
senhoras e senhores, muito se tem falado sobre matéria tributária. Quero dizer
que fui o autor da lei que transferiu o pagamento do IPTU, isso em 2001. O
pagamento do IPTU, até 2001, era da seguinte forma: havia, até o dia 10 de
fevereiro, uma redução de 20% e, até 20 de fevereiro, uma redução de 10%. Ora,
qual foi o nosso argumento na época? O argumento foi de que quem não tivesse o
dinheiro no dia 10 não o teria também no dia 20. E fizemos a transferência do
IPTU - é o que está valendo até hoje - para pagar até o dia 10 de março com uma
redução de 10%.
Quando se discutiram aqui alterações do ISSQN, este Vereador
apresentou uma redução desse imposto para as academias de ginástica, de
musculação, artes marciais, escolinhas de natação e dança. Reduzimos de 5% para
3%, e também era matéria tributária. Inclusive, após ser aprovado, no primeiro
quadrimestre do ano passado, a própria Secretaria da Fazenda do Município nos
trouxe dados, mostrando que houve uma redução de 40%, mas o Município teve um
acréscimo de Receita Orçamentária de 14%, isso mostra que, muitas vezes, alguns
valores são mascarados.
Agora, algumas coisas que me surpreendem: por ocasião da
apresentação, na semana passada, do Plano Plurianual e na apresentação do
primeiro quadrimestre, o Secretário da Fazenda Cristiano Tatsch esteve na nossa
Comissão, e argüi quanto a esse questionamento, e ele colocou de forma clara...
Sr. Presidente, eu vou solicitar as notas taquigráficas da Comissão de
Economia, Finanças e Orçamento e do Mercosul para os Vereadores, porque eu
tenho certeza de que o próprio Secretário falou que era um bom Projeto. Olha, o
que era um bom Projeto - na visão do Secretário da Fazenda - virou outro
Projeto agora? Mas são situações que internamente o Governo tem de acertar. O
Ver. Bernardino é da base do Governo e deve fazer essa interlocução, embora,
muitas vezes, dentro da sua base, possa haver divergências. Volto a solicitar
que as notas taquigráficas venham a público, porque vai ficar clara a afirmação
do Secretário de que era um bom Projeto.
Além disso, ficamos sabendo que o Vereador - pelo menos ele
nos disse isso, V. Exª vai encaminhar e terá oportunidade de ratificar a nossa
posição, ou retificá-la - esteve na Secretaria da Fazenda e apresentou o
Projeto para que ele fosse discutido e, nos últimos dias, teve uma surpresa,
sendo aconselhado a retirá-lo, para que o Governo então pudesse apresentar um
novo Projeto.
Claro que, se temos a primazia da autoria de um Projeto, é
bom, mas nós estamos aqui, na realidade, para servir. Então, se o Governo
Municipal acordar com o Vereador de elaborar um Projeto, se der a ele os
referidos créditos, eu não vejo nenhum problema. Agora, nós só não estamos
conseguindo entender o porquê dessas alterações, talvez até amanhã possamos
entender, e o Vereador está tendo a sensibilidade de prorrogar a discussão
deste Projeto por 24 horas a fim de fazerem algumas alterações ou emendas, ou
que o Executivo o convença da retirada do Projeto.
Só quero dizer, Vereador - já que V. Exª está solicitando
adiamento de discussão por uma Sessão e é o autor do Projeto -, em nome do
nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, que somos solidários à sua
iniciativa. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Ver.
Bernardino Vendruscolo, que solicita adiamento da discussão do PLCL nº 011/05
por uma Sessão, por transposição de tempo com o Ver. Bernardino Vendruscolo.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver.
Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e também no Canal 16 da TVCâmara,
queria saudar a todos. Meus caros colegas, Ver. Professor Garcia, Ver.
Comassetto, Ver. Adeli Sell, nós não podemos brincar com a inteligência do
nosso povo. O Projeto do Ver. Wilton Araújo que foi votado e aprovado por esta
Casa, senhoras e senhores, é o mesmo Projeto, e o Prefeito João Verle vetou.
Mas, pelo amor de Deus, agora o discurso mudou? Queridos colegas Vereadores e
Vereadoras, nós não podemos brincar aqui neste microfone com a inteligência do
nosso povo: quando sou Governo, eu tenho uma linha de procedimento, quando não
sou Governo, eu tenho uma outra linha? Só que a população não esquece tão
rápido assim. O Projeto do Ver. Wilton foi votado, aprovado pela unanimidade
dos Vereadores desta Casa, e o Prefeito o vetou! O Ver. Bernardino fez um
Projeto, pediu o adiamento, é um Vereador que conhece o assunto, sem dúvida
nenhuma, não é porque é o seu ramo de trabalho, nós sabemos que há milhares e
milhares de “contratos de gaveta” em Porto Alegre.
Acho que a Comissão de Justiça vai se manifestar para que
possamos, nesta Casa, juntamente com os técnicos do Executivo Municipal, abrir
essa discussão. O Ver. Bernardino traz um Projeto, ele conhece muito a área, é
conhecedor do problema, sem dúvida nenhuma; e o que nós queremos? Nós estamos
aqui, sim, para, junto com o Executivo Municipal, darmos a nossa parcela de
colaboração para administrar esta Cidade. Isso é o que nós queremos, é nessa
linha que nós temos que discutir.
Agora, eu fico de uma forma intranqüila, não só eu, acho que
todos os Vereadores, quando ouço algum discurso aqui nesta tribuna. Isto nos
chateia, isto nos deixa inquietos: um mesmo Projeto, num dia, recebe um
tratamento; os dias se passam, e ele é tratado de uma outra forma? Não é assim!
Nós temos que ter credibilidade dentro dos Parlamentos, o nosso povo precisa
acreditar nos Parlamentos. O que anda acontecendo, hoje, dentro dos
Parlamentos, é uma coisa extremamente preocupante, a exemplo desse tipo de
procedimento que está acontecendo aqui no dia de hoje. O povo que ouve os
Vereadores - muita gente assiste ao Canal 16, à TVCâmara - marca, o povo
controla; então, temos que ter seriedade, mas com muita tranqüilidade.
Infelizmente, como já disse, perdoem-me os Vereadores que usaram esta tribuna,
eles tiveram um procedimento que não é o que a população quer ver, do tipo “se
eu sou Governo hoje, eu tenho uma linha; amanhã, eu não sou Governo, o Projeto
é para a Cidade, mas eu tenho outra linha”. Não é assim! Eu acho que os Parlamentos
hoje estão extremamente desgastados, e nós, homens públicos, estamos pagando
por isso! Nós temos, sim, que recuperar a credibilidade, e não é com a linha de
alguns discursos que nós vamos recuperar a credibilidade. Não é o caminho, não
é por aí, minha gente!
Portanto, eu quero aqui dizer aos colegas Vereadores e
Vereadoras: o Ver. Bernardino pediu adiamento, vamos abrir essa discussão, de
uma forma muito tranqüila, para que a Casa consiga aprofundar essa discussão. É
isso que a Cidade espera de nós, Vereadores, é por isso que somos eleitos.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, especialmente a turma de Vereadores da base de apoio do Governo
Fogaça: muitas vezes, quando eu tenho dúvidas em relação a alguns Projetos, nos
meus pronunciamentos eu tenho como um termômetro fundamental a reação do
Partido dos Trabalhadores. Se o Partido dos Trabalhadores reage de uma forma
muito forte contra o Projeto ou contra a minha idéia, eu acho que essa é uma boa
avaliação para ver que estou certo. Então eu continuo naquela idéia.
Hoje, Ver. Vendruscolo, o seu Projeto - e, por todos os
motivos, é um Projeto que tem um mérito absolutamente indiscutível - perde um
pouco do mérito, perde, inclusive, substância como Projeto. Sabe por que,
Vereador? Porque a Bancada do PT, toda ela, integralmente, é favorável; há
alguma coisa que não está bem! E, sendo a Bancada do PT favorável, muito
cuidado, há alguma coisa que não está bem! Então, o que quer dizer isso? Vossa
Excelência já teve contato com o Secretário Cristiano sobre esse assunto e tem
o apelo do Paço Municipal no sentido de formular a construção com a Prefeitura,
dando o seu nome ao Projeto, dando o aval político ao Projeto, dando o mérito
que V. Exª tem pelo excelente Projeto. É muito interessante, Ver. Vendruscolo,
V. Exª ouviu o Partido dos Trabalhadores falando daqui da tribuna, dizendo que
este Projeto é maravilhoso: “Ele é muito bom, ele tem mérito, sim, siga em
frente.” Só que ele foi aprovado por esta Câmara e vetado pelo Prefeito João
Verle! Mas, se era tão bom... Se é para demolir, para que fazer? Se era tão
bom, por que não aprovaram antes? Por que não o implantaram? Por isso é que eu
lhe digo: muito cuidado com os elogios do Partido dos Trabalhadores ao seu
Projeto. É aí que mora o perigo.
Então, não tenham dúvida de que a proposta de a Prefeitura
Municipal, em nome do Ver. Vendruscolo, trazer para cá um Projeto que contemple
o fracionamento da dívida do ITBI pode, sob todos os pontos de vista, agradar à
Prefeitura, a esta Câmara e, principalmente, à população de Porto Alegre, que
vai ser beneficiada com um Projeto que é da sua lavra, Vereador. E ninguém vai
lhe tirar a lavra, o mérito deste Projeto e da sua luta em favor daqueles que
não podem pagar o imposto. Vossa Excelência está, indiscutivelmente, com todo o
mérito. Apenas votaríamos favoravelmente o adiamento de discussão e, caso se
prolongar durante o período de recesso, na volta, passadas três Reuniões,
votaríamos favoravelmente, já com outro estudo acoplado ao seu Projeto. Acho
que essa é a idéia mais prudente e a mais orientadora de todas elas, mesmo que
nós tenhamos um pouco mais de tempo.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino
Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua
autoria que solicita o adiamento da discussão do PLCL nº 011/05 por uma Sessão.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, em primeira mão, quero agradecer, desde
já, o apoio que este Projeto recebe do Ver. Sebenelo. Muito obrigado, Vereador,
pelos elogios que este Projeto recebe. Agora, precisamos fazer algumas
reparações aqui.
Fui eleito pelo povo de Porto Alegre, faço parte da base do
Governo, mas não sou propriedade, tenho independência e vou votar todos os
Projetos que entender (Palmas.) que sejam bons para a sociedade. O Governo terá
o meu apoio; os meus colegas, companheiros de Governo, terão apoio deste
Vereador em todos os Projetos bons. Agora, não vou admitir, não vou aceitar que
digam: “Se o PT está apoiando este Projeto, é porque o Projeto não é bom.” Eu
não faço essa discriminação com Partido político, porque, em todos os Partidos,
temos bons e maus políticos, não podemos generalizar Partido político.
Por outro lado, quero frisar aqui que este Projeto tem a sua
origem lá no Projeto do Ver. Wilton Araújo, na legislatura passada; fiz todas
as correções que motivaram o Veto do Prefeito. Repito: este Projeto tem sua
origem lá no Projeto do Ver. Wilton Araújo, na legislatura passada. Este
Vereador fez todas as correções que motivaram o Executivo a vetá-lo. Vou fazer
outro registro: antes de protocolar o Projeto, obedientemente, fui à Secretaria
da Fazenda levar o Projeto. Lá deixei uma cópia, para que tomassem
conhecimento; lá vendi a idéia, porque conheço o assunto, há vinte anos
trabalho na administração de imóveis em Porto Alegre, sei quais são as
necessidades; são milhares de pessoas com “contratos de gaveta”, contratos
esses que não dão garantia aos compradores e muito menos trazem Receita ao
Município. Quem tem dinheiro, quando vai fazer um negócio, não precisa parcelar
o ITBI, porque o que dá garantia é a escritura pública, é a devida averbação no
Registro de Imóveis. Então, este Projeto não atende àqueles que têm dinheiro,
atende àqueles que não têm, àqueles que compraram imóveis em situação
irregular.
Agora, eu preciso fazer este registro: atendendo a uma
solicitação do Líder da minha Bancada, o Ver. Sebastião Melo, na semana que
passou fui até à Secretaria da Fazenda - por isso estou resistindo, para que
possamos votá-lo amanhã - e lá recebi um aconselhamento no sentido de que
retirasse o Projeto, um pedido do Executivo, que viria posteriormente com outro
Projeto mais abrangente. Mas, então, o que estou fazendo aqui? Eu acho que
todos nós temos de assumir a responsabilidade. Nós agora vamos votar os dois
Requerimentos, adiando a votação por uma ou três Sessões. Eu acho que todos nós
temos de assumir a responsabilidade porque fomos eleitos por esse ou aquele
Partido, mas temos de ter a consciência da independência de cada um de nós. Eu
faço parte da base do Governo, vou votar, sim, com o Governo, mas não é no
cabresto também. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Há um segundo
Requerimento que ingressa à Mesa.
O SR. HAROLDO DE SOUZA (Requerimento): Presidente, eu gostaria
que fosse feita verificação de quórum, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Tem procedência o
Requerimento de verificação de quórum, de autoria do Ver. Haroldo de Souza; é conditio
sine qua non, fica claro isso.
Solicito a abertura do painel para a verificação de quórum.
(Pausa.) Há catorze Vereadores presentes, portanto não há quórum, não há
condições de examinarmos e votarmos a presente matéria.
A Verª Margarete Moraes está com a palavra.
A SRA. MARGARETE MORAES: Eu queria, em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, lamentar a essência do pronunciamento do
Ver. Claudio Sebenelo, como se tudo que a Bancada do Partido dos Trabalhadores
quisesse fosse contra a cidade de Porto Alegre. Isso não é verdade; nós fomos
eleitos e temos responsabilidade frente à população de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está claro. Bem, não há,
portanto, quórum para Ordem do Dia. Nós, evidentemente, rigorosamente,
poderíamos entrar tecnicamente na discussão prévia de Pauta. (Pausa.) Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h34min.)
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